Hoje senti repentinamente uma urgência em
revisitar este prato do dia em Estocolmo.
Como alguns já deverão saber, estou de regresso a Portugal há já um mês. Tenho pensado superficialmente no rumo a dar a este blog e hoje ocorreu-me uma solução.
Não, esta não é uma nota ou mensagem de fecho. Ainda tenho algumas histórias e fotografias (que aos poucos são finalmente reveladas!) para partilhar aqui.
Como alguns já deverão saber, estou de regresso a Portugal há já um mês. Tenho pensado superficialmente no rumo a dar a este blog e hoje ocorreu-me uma solução.
Não, esta não é uma nota ou mensagem de fecho. Ainda tenho algumas histórias e fotografias (que aos poucos são finalmente reveladas!) para partilhar aqui.
Mas hoje acordei e pensei que as minhas
histórias de Estocolmo me escapavam e que, em breve, já não me pertenceriam.
Há quase um ano atrás, a 1 de Agosto, eu e o Chico aterrávamos na Suécia.
Ontem, foi a vez do João Francisco, um dos nossos colegas substitutos para o novo ano que se inicia. Percebi, pela mensagem que publicou no facebook, o seu entusiasmo.
De repente, lembrei-me de todos os meus
sítios preferidos em Estocolmo, dos dias de verão na cidade, das pessoas que
conheci e das experiências que partilhei. Senti um enorme carinho pela cidade
que me tinha acolhido (de início, com alguns pequenos problemas que mais tarde
sofreram ajustes) e a qual deixei num dia chuvoso há apenas um mês atrás. Senti
como agora outra pessoa me substituiria, alguém que não conheço assim muito
bem, e que contará as mesmas e outras histórias, conhecerá pessoas e amigos
diferentes e do qual espero, talvez com uma certa indiscrição, ouvir notícias
que me recoloquem nesses lugares e nessas situações do meu ano em Estocolmo.
Apeteceu-me dizer-lhe logo que deveria
aproveitar as noites de Verão no Trädgården, dar um mergulho no parque em Sankt
Eriksplan, espreguiçar-se na relva da Nytorget durante a tarde, depois de uma
salada ou tosta da Gilda’s Rum, em frente à praça. Passear-se pelos cafés e
lojas em segunda mão do ambiente semi-boémio, semi-alternativo de Södermalm,
apanhar um barco e passar uns dias a acampar numa ilha no arquipélago, alugar
uma bicicleta e perder-se pela cidade (afinal agora não me parece nada grande).
No Lidl em Rådmansgatan os preços são mais acessíveis e às vezes apetecia-me
levar filetes de salmão fresco que, no forno, e temperados unicamente com sal,
pimenta e limão, ficavam uma maravilha (a Leonor que o comprove!). O
Systembolaget da T-Central é o que fecha mais tarde (às 20h). A Associação de
estudantes da Universidade tem um terraço numa casa estilo internacional onde
se passam umas tardes molengas ao sol, com um copo de cerveja, a fazer os
trabalhos de casa do curso de sueco... O Herman’s, o vegetariano de Södermalm,
tem preço especial de estudante às segundas-feiras para o menu buffet e uns
jardins apetecíveis para um final de tarde junto à água, a observar a cidade.
Não esquecer os obrigatórios piqueniques e barbecues de Verão nos parques, com
luz até às 10h30 e uma persistente claridade no horizonte durante toda a noite.
Quanto à faculdade, não posso deixar de me interrogar (apesar de ainda ser
muito cedo) quem irá escolher para professor e onde será o seu estúdio (vejo-me
a passear pelo edifício e a recordar o cheiro a madeira cortada e a cartão
queimado da sala das máquinas).
Apeteceu-me contar-lhe isto tudo e muito
mais, mas achei que seria como lhe contar o fim da história sem lhe ter dado
oportunidade de ler o livro antes (espero que ele não venha aqui ler isto!).
Afinal, foi disto que foi feito o tempo que passei em Estocolmo. Disto e das
pessoas que me acompanharam, verdadeiros amigos. Espero que o João e os outros
colegas que agora iniciam o seu percurso por terras escandinavas também
aprendam este gosto e afecto pelas coisas simples que encontrei por lá e que
descubram ainda mais do que eu.
Stockholm | Agosto'2011
Canon AE1 | FujiColor 100 ASA
Canon AE1 | FujiColor 100 ASA