29 setembro, 2011

Dois gulosos em terra de "fika".


Volta e meia alguém pergunta: fika?

É a hora do café e do docinho. Há inúmeras desculpas para fazer vários fikas ao longo do dia...!

25 setembro, 2011

Kök.


Descobri que passo muito tempo na cozinha. Pelo menos, é o que os outros colegas erasmus que por aqui vivem comentam. Estás sempre a cozinhar! Levas tanto tempo a cozinhar... Cozinhas bem? 
Hmm... tendo em conta que tu jantas alface e fiambre regado com óleo, sim, talvez até saiba fazer uns petiscos... Sou portuguesa! Preciso de comer. E a verdade é que nesta casa a cozinha faz a vez de sala de convívio: franceses, alemães, espanholas, russa, marroquino, grego, chineses e a portuguesa, claro! Somos 16 pessoas a abusar da mesma banca, do mesmo microondas e a dividir dois fogões. Apesar de comunicarmos preferencialmente em inglês, às vezes sinto o início dum nó linguístico na cabeça, raios! E sou capaz de largar uma ou outra asneira em português (que os espanhóis entendem).
E porque é que às vezes cozinhas à meia-noite? horas estranhas...
Sim, eu sei que os suecos jantam a partir das 6h, mas também não vamos exagerar. Esta questão tem mais a ver com a vida noctívaga que um estudante de arquitectura bem conhece. Ora, janto agora porque tenho fome agora!
O mais chato é quando aparece o sinal "on duty" na porta do quarto. Significa que é a minha vez de limpar a cozinha das 16 pessoas. Por alguma razão, nunca fica com muito melhor aspecto do que antes de se proceder à "limpeza". É a patine do tempo... assim de tom sépia...

20 setembro, 2011

Está fresco.


Prato do dia: podia ser esta montra apetitosa do mercado em Hötorget, mas não. Fico-me pelo paracetamol e cetirizina.
sniff!

19 setembro, 2011

Lição #1: em Estocolmo não há casa.


Foi precisamente há um mês que me mudei para o meu quarto em Flemingsberg. Depois de dezenas de horas perdidas na net e inúmeros telefonemas infrutíferos eu e o Francisco decidimos-nos candidatar aos "last minute rooms"proporcionados pela faculdade. Aceitámos as poucas opções que nos disponibilizaram e aprendemos a nossa primeira lição: em Estocolmo não há casa.
Não há anúncios nas janelas, para renda ou para venda. Não há casas abandonadas ou devolutas. Até a cidade medieval está a abarrotar de residentes. Sub-alugueres de contratos em terceira mão são recorrentes. 2 milhões de pessoas vivem na zona urbana de Estocolmo. Isto num país de 9 milhões.
Morar nos subúrbios de Estocolmo (que chegam a ter um alcance de 60km relativamente ao centro) é um modo corrente de vida por aqui. Os suecos são adeptos da preservação de áreas verdes o que, aliás, lhes confere à capital o estatuto de cidade europeia mais verde! Os planos de expansão (residencial) são controladíssimos e cirúrgicos.

E, no entanto, as ruas estão cheias de suecos, imigrantes, jovens e filhos! muitos, muitos filhos!
Mas afinal, onde mora esta gente toda?!

Prato do dia: sushi (promocional!).

18 setembro, 2011

Faz 49 dias.

01 Ago 2011: +26ºC max
18 Set 2011: +14ºC max

Há 49 dias amanhecia por volta das 4h30 da manhã e o lusco fusco dava-se cerca das 10h da noite. O dia era excessivamente comprido o que justificava o desgaste extremo sentido ao início da noite depois de um dia deveras preenchido: acorda. arranja-te. vai para a universidade. aula de sueco das 9h às 12h. almoça. procura casa. estão a decorrer actividades de recepção aos erasmus. tens papelada para tratar. há uma reunião na faculdade de arquitectura. supermercado. ainda não visitaste a cidade velha?! continua a procurar casa. casa. casa. casa. estão a combinar ir lanchar. barbecue amanhã no parque. festa à noite em lappis. vamos experimentar as bicicletas. hoje é dia de mandar um mergulho nas águas do centro da cidade. tens de cozinhar. pôr roupa a lavar. arrasta as malas para um novo quarto. no ikea tens tudo aquilo que te faz falta neste momento. não te esqueceste de fazer os tpcs de sueco para amanhã, pois não?

Experiências que nenhum estudante erasmus desconhece.
Entretanto fomos aprendendo algumas coisas sobre esta nossa cultura anfitriã (não necessariamente através do curso de sueco), fomos desenvolvendo estratégias de sobrevivência num meio conhecido pelos altos (e caros) padrões de vida e adoptámos algumas técnicas de tolerância à luminosidade madrugadora que se infiltra nos quartos (basicamente significa dormir de venda, lenço ou cachecol).

Nesse dia 1 de Agosto, o primeiro prato consistiu num hambúrger numa caixa de cartão do Mac que comemos junto ao edifício da Biblioteca de Gunnar Asplund, ignorando por completo a sua silhueta modernista, absorvidos pelo choque de termos aterrado numa verdadeira e grande metrópole europeia.